terça-feira, 27 de abril de 2010

Escola no "Nova Esperança", em Sorocaba

Infelizmente só consegui parar pra escrever agora. Queria mesmo era ter me debruçado aqui logo nas primeiras horas da manhã, quando assisti a uma reportagem triste, de conteúdo lúgubre, lamentável.

A escola Estadual Reverendo Ovídio Antonio de Souza, localizada no bairro Nova Esperança, em Sorocaba, teve parte das aulas suspensa, já que sofreu seu 30º assalto dentro de 4 ANOS!!!

O mais triste disso tudo é que alunos estão envolvidos nesse crime absurdo. Muitos deles fazem parte de facções criminosas do próprio bairro, que é violentíssimo.

A quem a escola recorreu? À polícia, claro. O que esta fez? Se penalizou e avisou: "olha, o bairro é perigoso, tomem cuidado". E?... E nada. A polícia é despreparada. O poder público, então, nada faz. A comunidade é "organizada" e liderada pelo chefe do tráfico. Ela se reporta e dá satisfações a ele, somente a ele.
Exagero? Não! Sabe a quem a professora quer "apelar"? Ao próprio chefe do tráfico. Ela diz que, no bairro, ele tem mais poder do que qualquer autoridade.

Fico sem palavras. E sabe do que mais? Hoje vi uma pesquisa da Teleco - Inteligência em Telecomunicações. Quase 30% da população com renda FAMILIAR de ATÉ R$ 415,00 possui um telefone celular. Veja bem, FAMILIAR, ATÉ R$ 415,00. Ou seja: com R$ 415,00 a FAMÍLIA tem de comer, morar, estudar, pagar conta e falar no CELULAR. É o país onde a mídia trabalha a exclusão (alguém se lembra das tesouras do Mickey?). É o país da contradição. País da fome, do carnaval, do futebol e do crescente uso de crack e cocaína no ranking da ONU. É o país que eu amo e que me acorda com notícias carnavalescamente tristes, feias, sujas.

"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo"


Por Fernanda Nucci

Ká, obrigada pelo espaço novo, serei franca, tenho certeza que este é também um propósito do seu (nosso) novo blog. Eu tenho uma frase do Nelson Mandela que como educadora levanto como lema “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”, mas depois do seu texto parei para refletir sobre o seguinte ponto: Amor se ensina? Amor se aprende?

Pois bem, como alguém que nunca foi amado, pode saber esse sentimento?
Sábado eu assisti a um documentário na cultura sobre “dor, miséria e sofrimento” chamado Garapa , eu já tinha ouvido falar desse documentário, de forma critica até, como um documentário que torna a miséria “mais atraente, menos cruel”. Eu já vi muita miséria de perto, não consigo me acostumar, é sempre uma sensação de insuficiência, de inutilidade, de impotência e repugnante cumplicidade. É sempre um “chororô”, (um choro com significado mais inexplicável possível), mas o fator principal é que nesse documentário em especial não derramei uma lágrima, não doeu um tiquinho, não me indignei nem um milésimo do que me indignaria normalmente. Pensei: Isso significa que o diretor foi péssimo em seu propósito ou justamente atingiu-me em cheio?

O que me faz querer bem a essas pessoas estranhas como se fossem parte de minha família, o que me faz doar meu tempo e conhecimento para ajudar aqueles que estão em situação menos favorável que eu, o que faz sentir-me responsável por essas pessoas e culpada por não fazer nada, quando sei que alguma coisa pode ser feita?
Amor? A educação e os valores que recebi?

Mandela foi vítima da falta de amor de muitos homens de sua época, homens que receberam essa herança de seus pais e avós, mas ele também foi vítima do amor de muitos homens, iguais e diferentes, homens que em algum momento negaram a essa herança social, cultural, ideal ou quem sabe, um termo menos cientifico, sentimental. Mas o que promoveu essa mudança nesses homens?

Eu não quero construir nenhuma ideia aqui, ao contrário, a ideia e desconstruir ideias, mas a minha conclusão é que a maior violência e atrocidade humana não é a ausência ou excesso de amor, porque mesmo nos extremos desses sentimentos somos capazes de manifestar uma ação, de nos expressarmos, de nos mostrarmos bons ou cruéis. A maior violência e atrocidade humana é a ausência de ação, a indiferença , a estagnação e a conivência com o que não cremos, com o que vai contra o que nos foi ensinado.

Então no fundo acho que Mandela tem razão, A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo” mas só manterei meu lema, porque estou convencida que o amor é uma matéria dessa vida, deixada de herança para todos por um exemplo único, que inspirou até mesmo o próprio Nelson Mandela, Jesus Cristo, filho de Deus.

FERNANDA NUCCI é educadora e seguidora do blog.

domingo, 25 de abril de 2010

Pra começar!

Não que eu pratique a pescaria (apesar de achar uma excelente terapia!), mas acredito que o ser humano, quando parado, concentrado, pense, reflita, mais do que quando está em atividade, em ritmo acelerado. Daí a foto, que eu achei bem bela!

Esse blog nasceu de muitas reflexões...sobre o ser humano.

Ontem eu estava vendo o filme "Mandela - Luta pela liberdade". Tudo bem que a história do cara é super conhecida, que filmes já foram assistidos, um fenômeno. De presidiário a presidente. SENSACIONAL! Mas quando você vê, revê, faz outras leituras. Leituras que te tocam, te fazem parar pra pensar e refletir.

Incrível como o ser humano é bom. Acho, de verdade, o ser humano lindo. Certa vez uma amiga de faculdade, a Grace, me escreveu num cartão postal o seguinte: "Valeu por toda a moral que você investe nas pessoas". E é verdade: invisto mesmo. Acredito demais no ser humano, em seu melhor lado, na sua bondade, na sua doçura, na sua capacidade de fazer o bem. E acho que é por justamente acreditar tanto nisso, que me entristeço escandalosamente quando vejo o lado cruel do ser humano - inclusive o meu, claro.

Somos tão divinos, tão belos. Mas temos uma habilidade (cada um em sua proporção) de fazer o mal, de prejudicar o próximo. Desde estacionar nas vagas reservadas aos deficientes até matar.

Fiquei pensando muito nisso enquanto via esse filme baseado na história de Nelson Mandela. Em um momento do filme a esposa do subtenente Gregory (que fica amigo de Mandela), a srª Gregory, diz à filha: "não se misture com os negros. Deus não quer". MEU DEUS! E repito: Meu Deus!!! Como falamos bobagens em nome de Deus. Somos tão cruéis, presunçosos e atrevidos que jogamos a responsabilidade de nossos pré-conceitos nas largas e abençoadas costas do Divino. Assim como acredito em Deus, no ser humano, acredito que Ele JAMAIS desejou ou criou leis universais que separassem o ser humano por sua cor, raça, religião etc etc etc. Somos humanos, somos todos um só.

Quando entenderemos isso?
Quando deixaremos somente o amor tomar conta de nossos corações?
Quantas noites e dias já me peguei pensando nisso, até mesmo quando eu cometo injustiças, crueldades.

E deixo aqui toda a minha fé no ser humano.
E meu amor também.

Esse foi o post de estreia...espero que logo esse blog esteja lotado de reflexões. Minhas e de vários seres humanos!!!