Infelizmente só consegui parar pra escrever agora. Queria mesmo era ter me debruçado aqui logo nas primeiras horas da manhã, quando assisti a uma reportagem triste, de conteúdo lúgubre, lamentável.
A escola Estadual Reverendo Ovídio Antonio de Souza, localizada no bairro Nova Esperança, em Sorocaba, teve parte das aulas suspensa, já que sofreu seu 30º assalto dentro de 4 ANOS!!!
O mais triste disso tudo é que alunos estão envolvidos nesse crime absurdo. Muitos deles fazem parte de facções criminosas do próprio bairro, que é violentíssimo.
A quem a escola recorreu? À polícia, claro. O que esta fez? Se penalizou e avisou: "olha, o bairro é perigoso, tomem cuidado". E?... E nada. A polícia é despreparada. O poder público, então, nada faz. A comunidade é "organizada" e liderada pelo chefe do tráfico. Ela se reporta e dá satisfações a ele, somente a ele.
Exagero? Não! Sabe a quem a professora quer "apelar"? Ao próprio chefe do tráfico. Ela diz que, no bairro, ele tem mais poder do que qualquer autoridade.
Fico sem palavras. E sabe do que mais? Hoje vi uma pesquisa da Teleco - Inteligência em Telecomunicações. Quase 30% da população com renda FAMILIAR de ATÉ R$ 415,00 possui um telefone celular. Veja bem, FAMILIAR, ATÉ R$ 415,00. Ou seja: com R$ 415,00 a FAMÍLIA tem de comer, morar, estudar, pagar conta e falar no CELULAR. É o país onde a mídia trabalha a exclusão (alguém se lembra das tesouras do Mickey?). É o país da contradição. País da fome, do carnaval, do futebol e do crescente uso de crack e cocaína no ranking da ONU. É o país que eu amo e que me acorda com notícias carnavalescamente tristes, feias, sujas.
"Como seriam as coisas e as pessoas antes que lhes tivéssemos dado o sentido de nossa esperança e visão humana?" (Trecho do livro "Aprendendo a Viver" - Clarice Lispector)
terça-feira, 27 de abril de 2010
"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo"
Por Fernanda Nucci
Ká, obrigada pelo espaço novo, serei franca, tenho certeza que este é também um propósito do seu (nosso) novo blog. Eu tenho uma frase do Nelson Mandela que como educadora levanto como lema “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”, mas depois do seu texto parei para refletir sobre o seguinte ponto: Amor se ensina? Amor se aprende?
Pois bem, como alguém que nunca foi amado, pode saber esse sentimento?
Sábado eu assisti a um documentário na cultura sobre “dor, miséria e sofrimento” chamado Garapa , eu já tinha ouvido falar desse documentário, de forma critica até, como um documentário que torna a miséria “mais atraente, menos cruel”. Eu já vi muita miséria de perto, não consigo me acostumar, é sempre uma sensação de insuficiência, de inutilidade, de impotência e repugnante cumplicidade. É sempre um “chororô”, (um choro com significado mais inexplicável possível), mas o fator principal é que nesse documentário em especial não derramei uma lágrima, não doeu um tiquinho, não me indignei nem um milésimo do que me indignaria normalmente. Pensei: Isso significa que o diretor foi péssimo em seu propósito ou justamente atingiu-me em cheio?
O que me faz querer bem a essas pessoas estranhas como se fossem parte de minha família, o que me faz doar meu tempo e conhecimento para ajudar aqueles que estão em situação menos favorável que eu, o que faz sentir-me responsável por essas pessoas e culpada por não fazer nada, quando sei que alguma coisa pode ser feita?
Amor? A educação e os valores que recebi?
Mandela foi vítima da falta de amor de muitos homens de sua época, homens que receberam essa herança de seus pais e avós, mas ele também foi vítima do amor de muitos homens, iguais e diferentes, homens que em algum momento negaram a essa herança social, cultural, ideal ou quem sabe, um termo menos cientifico, sentimental. Mas o que promoveu essa mudança nesses homens?
Eu não quero construir nenhuma ideia aqui, ao contrário, a ideia e desconstruir ideias, mas a minha conclusão é que a maior violência e atrocidade humana não é a ausência ou excesso de amor, porque mesmo nos extremos desses sentimentos somos capazes de manifestar uma ação, de nos expressarmos, de nos mostrarmos bons ou cruéis. A maior violência e atrocidade humana é a ausência de ação, a indiferença , a estagnação e a conivência com o que não cremos, com o que vai contra o que nos foi ensinado.
Então no fundo acho que Mandela tem razão, A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo” mas só manterei meu lema, porque estou convencida que o amor é uma matéria dessa vida, deixada de herança para todos por um exemplo único, que inspirou até mesmo o próprio Nelson Mandela, Jesus Cristo, filho de Deus.
FERNANDA NUCCI é educadora e seguidora do blog.
domingo, 25 de abril de 2010
Pra começar!
Não que eu pratique a pescaria (apesar de achar uma excelente terapia!), mas acredito que o ser humano, quando parado, concentrado, pense, reflita, mais do que quando está em atividade, em ritmo acelerado. Daí a foto, que eu achei bem bela!
Esse blog nasceu de muitas reflexões...sobre o ser humano.
Ontem eu estava vendo o filme "Mandela - Luta pela liberdade". Tudo bem que a história do cara é super conhecida, que filmes já foram assistidos, um fenômeno. De presidiário a presidente. SENSACIONAL! Mas quando você vê, revê, faz outras leituras. Leituras que te tocam, te fazem parar pra pensar e refletir.
Incrível como o ser humano é bom. Acho, de verdade, o ser humano lindo. Certa vez uma amiga de faculdade, a Grace, me escreveu num cartão postal o seguinte: "Valeu por toda a moral que você investe nas pessoas". E é verdade: invisto mesmo. Acredito demais no ser humano, em seu melhor lado, na sua bondade, na sua doçura, na sua capacidade de fazer o bem. E acho que é por justamente acreditar tanto nisso, que me entristeço escandalosamente quando vejo o lado cruel do ser humano - inclusive o meu, claro.
Somos tão divinos, tão belos. Mas temos uma habilidade (cada um em sua proporção) de fazer o mal, de prejudicar o próximo. Desde estacionar nas vagas reservadas aos deficientes até matar.
Fiquei pensando muito nisso enquanto via esse filme baseado na história de Nelson Mandela. Em um momento do filme a esposa do subtenente Gregory (que fica amigo de Mandela), a srª Gregory, diz à filha: "não se misture com os negros. Deus não quer". MEU DEUS! E repito: Meu Deus!!! Como falamos bobagens em nome de Deus. Somos tão cruéis, presunçosos e atrevidos que jogamos a responsabilidade de nossos pré-conceitos nas largas e abençoadas costas do Divino. Assim como acredito em Deus, no ser humano, acredito que Ele JAMAIS desejou ou criou leis universais que separassem o ser humano por sua cor, raça, religião etc etc etc. Somos humanos, somos todos um só.
Quando entenderemos isso?
Quando deixaremos somente o amor tomar conta de nossos corações?
Quantas noites e dias já me peguei pensando nisso, até mesmo quando eu cometo injustiças, crueldades.
E deixo aqui toda a minha fé no ser humano.
E meu amor também.
Esse foi o post de estreia...espero que logo esse blog esteja lotado de reflexões. Minhas e de vários seres humanos!!!
Esse blog nasceu de muitas reflexões...sobre o ser humano.
Ontem eu estava vendo o filme "Mandela - Luta pela liberdade". Tudo bem que a história do cara é super conhecida, que filmes já foram assistidos, um fenômeno. De presidiário a presidente. SENSACIONAL! Mas quando você vê, revê, faz outras leituras. Leituras que te tocam, te fazem parar pra pensar e refletir.
Incrível como o ser humano é bom. Acho, de verdade, o ser humano lindo. Certa vez uma amiga de faculdade, a Grace, me escreveu num cartão postal o seguinte: "Valeu por toda a moral que você investe nas pessoas". E é verdade: invisto mesmo. Acredito demais no ser humano, em seu melhor lado, na sua bondade, na sua doçura, na sua capacidade de fazer o bem. E acho que é por justamente acreditar tanto nisso, que me entristeço escandalosamente quando vejo o lado cruel do ser humano - inclusive o meu, claro.
Somos tão divinos, tão belos. Mas temos uma habilidade (cada um em sua proporção) de fazer o mal, de prejudicar o próximo. Desde estacionar nas vagas reservadas aos deficientes até matar.
Fiquei pensando muito nisso enquanto via esse filme baseado na história de Nelson Mandela. Em um momento do filme a esposa do subtenente Gregory (que fica amigo de Mandela), a srª Gregory, diz à filha: "não se misture com os negros. Deus não quer". MEU DEUS! E repito: Meu Deus!!! Como falamos bobagens em nome de Deus. Somos tão cruéis, presunçosos e atrevidos que jogamos a responsabilidade de nossos pré-conceitos nas largas e abençoadas costas do Divino. Assim como acredito em Deus, no ser humano, acredito que Ele JAMAIS desejou ou criou leis universais que separassem o ser humano por sua cor, raça, religião etc etc etc. Somos humanos, somos todos um só.
Quando entenderemos isso?
Quando deixaremos somente o amor tomar conta de nossos corações?
Quantas noites e dias já me peguei pensando nisso, até mesmo quando eu cometo injustiças, crueldades.
E deixo aqui toda a minha fé no ser humano.
E meu amor também.
Esse foi o post de estreia...espero que logo esse blog esteja lotado de reflexões. Minhas e de vários seres humanos!!!
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