segunda-feira, 31 de maio de 2010

Por Alessandra Dianin

"Não se acanhe
Eu não te peço nada
Eu quero seu sorriso
Porque ele me faz sorrir
Eu quero sua loucura
Porque ela me faz sonhar


Não tenha medo
Não fuja
Eu só quero ao seu lado estar
Com vc conversar
Eu quero só mais um minuto de alegria no meu dia
E isso você pode me dar"


Alessandra Dianin é educadora física e amante de literatura

terça-feira, 25 de maio de 2010

O Sonho

Pra quem gosta de comer sonhos, sonhar com eles ou só ter um deles.

DESEJO SONHO DOCE
SONHO QUE FAZ SONHAR
SONHO COM O QUE FOSSE
SE UM DIA REALIDADE VIRAR

TEM SONHO QUE VEM DORMINDO
SONHO QUE FAZ VIBRAR
TEM SONHO QUE VEM SURGINDO
QUANDO VEJO O OLHO BRILHAR

TEM SONHO QUE CHEGA ACORDADO
QUE TIRA A CABEÇA DO LUGAR
DEIXA O CIDADÃO DESGOVERNADO
É O SONHO QUE FAZ O CORAÇÃO PULSAR

TEM GENTE QUE COMPRA SONHO
E COME EM QUALQUER LUGAR
MAS TEM GENTE QUE FABRICA SONHOS
NA COZINHA OU QUANDO FAZ UM CORAÇÃO DESPERTAR


Por Augusta de Andrade e Tina de Castilho Guimarães
Maio/2010.

domingo, 23 de maio de 2010

Na vida ficam as superações

Escrevi esse texto inspirado em dois momentos recentes de minha vida. Um deles depois de ver uma cena em que várias pessoas estavam reunidas diante de um lindo espetáculo. O maestro, com seus movimentos singulares, foi capaz de despertar sorrisos lindos, invejáveis, bem como lágrimas, soluços, choro com todas as expressões imagináveis. Uma mistura infinita e linda de emoções.
O maestro era João Carlos Martins.

O outro, e principal, é assistir à força e o amor pela vida de um amado e querido primo meu, o Deny. Sua história (de superação) está guardada. Esse texto é só uma forma de demonstrar (publicar) meu orgulho e meu amor imenso por ele.

O que é superação? O que é ir além? O que é ir até onde o corpo, a mente, não imaginam que você pode ir? Superar está além do que o ser humano imagina conseguir. Superar é conseguir vencer o não, o medo, o nunca, o impossível. É dar asas não só à imaginação. Não, não, é muito mais que isso. É dar asas aos seus braços, seus músculos, suas pernas, sua mente, seu coração. É transpirar suor, sangue, alma...corpo e cérebro. É transpor o superável.
É corpo e mente juntos, de forças arranjadas e braços dados dizendo insistentemente: você vai conseguir. Está chegando a sua hora, a sua vez. É a voz mais bonita que existe dentro de você. É a sua voz, somente sua, de mais ninguém.

E a superação está em tudo. Em vencer o medo de altura, em vencer cada braçada, cada passo longo, cada escalada. Em vencer a doença, a dor, aquilo que por muitas vezes não te faz enxergar lá na frente. Vencer a pobreza, a dificuldade, o tombo. Vencer a falta de fé que depositam em você. Vencer sua covardia. Vencer até mesmo o medo de ser feliz. É vencer e ponto. E quando ela é ultrapassada (a superação), chega o gozo, o grito de conquista, o esbravejar escandaloso da vitória. O não caber no próprio corpo, o choro de emoção despido de vergonha, as gargalhadas intermináveis de satisfação.
O pós-superação acontece quando você olha pra si mesmo e se desfaz de orgulho de sua própria fé e gana, na vida, em Deus, em VOCÊ. Você é fruto da vida, de Deus, do amor, do desejo.
Vida! Superação é vida. Superação é inerente à vida. É impossível não amar a vida; é impossível não ter ânsia pelo amanhã. Vontade, desejo de seguir em frente e lutar persistentemente pela superação, seja lá qual for. Como é bom começar, recomeçar. Como é bom estar vivo para agradecer por estar vivo.
Impossível não amar o passado. Impossível não amar, chorar, gozar, viver, reclamar, sofrer e superar o presente. Impossível não esperar pelo futuro. Impossível não planejá-lo pensando somente em coisas boas.

Deus, como é bom estar aqui. Acordar amanhã e pensar: “hoje começa mais um dia e eu vou sair para o mundo. Verei a rua lotada de gente, assim como eu. Verei de tudo. De uma plantinha, uma simples florzinha, a pessoas irritadas no trânsito, crianças felizes e outras doentes. Velhinhos sorridentes e outros carentes. Pais e mães de família passeando com os filhos e outros preocupados como irão viver mais um dia. Pessoas doando, outras roubando. Verei de tudo. E ainda assim eu agradecerei por estar aqui. Ainda assim eu vou amar tudo isso. Eu vou amar e já amo. Aliás, é impossível não amar o ser humano, com todos os seus defeitos e qualidades. O ser humano é lindo. O ser humano é feroz, vingativo, mas é gigante, é forte, é amável, sabe ser ruim, mas sabe ser incrivelmente bom. E essa é a beleza do ser humano, ele pode se o que ele quiser. Ele pode superar, ele pode vencer e se dar a chance, todos os dias, de ser feliz".

O humano pode acreditar que a superação durante toda sua vida é uma constante. A cada etapa existe uma. E uma das maiores belezas da vida é saber que nesse exato instante existe um número incontável de pessoas passando pela mesma situação que você. Seja boa, seja ruim. Existe alguém do lado de lá ou de cá, e as situações vão se repetindo a cada segundo, minuto, hora. A cada dia, cada ano...as histórias não acabam.
E assim ficam as lições, as lembranças e, sobretudo, as superações.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Cúmplices da Vida

Essa poesia é de Alexandre Moretti (ele me permitiu colocar o nome dele...).

Cada louco com a sua mentira
Eu invento a sua,
e você extrai a minha.

Todo mundo mente
aquilo que faz ou sente

Ninguém é fiel aos seus pensamentos
muito menos aos seus sentimentos
Se escondem através de talentos
quando se mostram na frente dos espelhos

Mentem para esconder
que há uma beleza
indigna de se por a mesa.
Mas que todos podem ver!

Ment-irá
Com certeza irá mentir
Se utilizar a mente
Ao invés de sentir

Cada louco enganado
se torna um cidadão respeitado
Cada nobre senhor honrado
se torna um louco enjaulado


Alexandre Moretti é psicólogo e sua poesia é de 30/06/2007

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Condição ou opção?

Por Fernanda Nucci

Alguns dizem que os moradores em situação de rua transformam o cenário de nossas cidades, MENTIRA. A grande maioria nem os notam. Quando os notam é tão rápido - o tempo de tirar um trocado do bolso ou do console do carro para se livrar logo do inconveniente. A verdade é que em Jundiaí há muitas pessoas nessa situação. Para constatar você pode visitar a Praça da Bandeira, o coreto da igreja da Vila Arens, ali próximo ao mercadão, na nossa famosa “Ponte Torta”, a Ponte São João (bem no Russi), entre outros cantos da cidade. É claro que há fluxo de “mendigos” (nem sempre pessoas em situação de rua) nos semáforos das regiões centrais e mais elitizadas, 9 de julho, Pirapora, V. Arens etc.

Esse incômodo que você sente, Ka, é raro, esse impulso de transformar é mais raro ainda. Bom, a parte educativa do texto: Primeiro, existem pessoas em situação de rua e em risco de rua (se algum trabalho fosse feito com essa pessoa que se encontra em risco de rua, logo não se contextualizaria a segunda condição). Segundo, muitas pessoas estão na rua por opção (dá pra acreditar? Mas é a mais pura verdade, pode parecer cruel o que irei dizer, mas é a verdade mais pura e sincera, é cômodo para muitaaaa gente continuar na rua, principalmente pessoas que estão viciadas no álcool e em outras drogas, e mesmo a família dando todo o apoio, aporte necessário, essa pessoa não quer se tratar.

A rua pode parecer um cenário cruel e é, muitas vezes, mas também existe dentro de cenário, organização, cuidado mútuo, liberdade e uma série de outras facilidades, como projetos que sustentam essas pessoas e situações todos os dias da semana. Segunda é sopa, terça é marmitex, quarta é pão e leite, quinta é sopa, sexta é marmitex. Em muitos casos, se você parar pra conversar com uma pessoa em situação de rua e convidá-la para ir até o SOS tomar um banho, dormir em uma cama, vai ouvir um NÃO categórico. Experiência que eu já vivi. A justificativa: lá eu não posso fumar, não posso beber, tenho que tomar banho para dormir, eu prefiro ficar aqui mesmo. Outra situação, uma experiência quando era voluntária no operários da verdade, às sextas-feiras no trabalho com moradores em situação de rua. Chegávamos com o pão e o leite, que era só uma ponte para o trabalho real que, pra mim, era identificar a causa dessa situação, saber se a pessoa tinha sua documentação ok, se estava disposta a mudar de situação e contatar a família. Eu ouvia o seguinte, “eu tô bem aqui, ninguém enche meu saco, não tenho que aturar minha mãe, padrasto, pai, irmã “ (qualquer parente que fosse), isso quando os encontrávamos na cidade, porque muitos deles depois que comem e se alimentam recolhem-se em pontes, terrenos, casas abandonadas para dormir, e às vezes o trabalho de outro grupo cruzava o nosso trabalho, quando passávamos por volta das 21:00 22:00 horas, quase todos já haviam se alimentado e partido, apenas ficavam os que tinham perdido o “grupo de apoio” anterior . Nós éramos chamados de amarelinho!

Como tratar essa situação com medidas transformadoras? Sinceramente, só que pode dar o caminho é o morador que está em situação de rua, e acredite: muitos deles não vão querer mudar. Além do vício a auto-punição é também um motivo que os leva para a rua. Se fizerem uma pesquisa irão constatar que muitos moradores têm passagem pela policia, que cumpriram suas penas e nunca mais procuraram a família, (por motivos dos mais diversos). Você vai encontrar pessoas que estão tão magoadas com traições, violências de padrastos, pais familiares em geral, que preferem morrer de fome, frio a perdoar essas violências. Você irá encontrar pessoas que gostam das facilidades, que se acomodaram, vai surgir cada história, eu mesma já conheci pessoas doutoradas em situação de rua por opção.

Nem todos são coitadinhos, alguns são aposentados, recebem suas aposentadorias, guardam seus documentos em postos de gasolinas, com pessoas amigas e mesmo assim moram na rua. É um problema pra você, é um problema pra mim, mas nem sempre é um problema para a pessoa que se encontra nessa situação.Eu acho que deveríamos mudar alguns padrões de ações, ao invés de SOS, deveríamos criar “Casas da Cidadania”, com intervenções mais psicossociais e menos assistencialistas, terapias ocupacionais que gerem renda, trabalhos que resgatem e fortaleçam a dignidade humana, mas de nada adiantaria se esse trabalho não fosse desenvolvido em rede, NA, AA e outros grupos que dão apoio. Isso não é um trabalha para um ou outro, é um trabalho para todos.

Grande abraço,
Fer.

Fernanda Nucci é educadora e seguidora do blog.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O senhor de bengala

É estranho como as coisas mudam em segundos. Basta uma única imagem para algo afetar, mudar. Tudo estava ótimo e lindo hoje cedo, porém, ao ver um senhor no semáforo de bengala, pedindo esmola, meu humor de alegre foi para triste.
Nesse mesmo momento me peguei pensando que provavelmente será mutio difícil fazer algo por alguém, já que não consigo ver uma cena dessa - cada vez mais "comum", nas ruas de qualquer cidade. Pensei que será difícil eu conseguir ajudar se me abalo tanto. Mas ao mesmo tempo não consigo me imaginar parada pelo resto da vida, sem estender minha mão (e minhas ideias, conhecimento e vontade) a alguém.
Quero poder fazer algo. Quero poder me mexer. Depende só de mim.

Fico pensando como esse tipo de situação chega no coração, na alma, no raciocínio das pessoas. De toda e qualquer pessoa.

Já não estou tão triste pela cena que vi. Mas ainda me sinto culpada por estar aqui, bem, saudável, disposta pra vida, sabendo que vou almoçar gostosinho em poucas horas. Que tenho meu tetinho guardado com tanto amor. E esse senhor? Pra onde ele vai? Ele vai comer? Ele tem um teto guardado com amor? O que se passa no coração dele? Onde ele encontra sua dignidade? Ele tem trabalho, família, amigos? Qual é o ir e vir dele? O que posso fazer por ele?

Quantos deles há no mundo? Quantos deles há em cada semáforo, esquina, praças? Por onde começar? Quando eles serão notados? Eles já são notados? Sei que muita gente nota e faz, e acho isso fantástico. Quando isso será coletivo, geral, abrangente?

Só esse tipo de sentimento que tenho não resolve NADA. É preciso fazer algo.

Que esse senhor e tantos outros encontrem seu caminho e nele muitas pessoas (eu, inclusive) e vias de acesso à dignidade.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

É preciso fazer!

Por Fernanda Nucci

Oi Ka, olha eu aqui novamente.
Essas manhãs em que substituimos o açúcar do café por essas notícias quase tão cotidianas, quando o nosso cafezinho é um reflexo e tanto de uma porção de coisas das quais você mencionou aí, por exemplo, a falta de políticas públicas em especial para a juventude. Um outro ponto que é bom tratarmos e ressaltarmos é a questão da drogadição e o tráfico (duas coisas bem diferentes), inclusive dois itens a mais citados por você neste texto Ka, ainda tem-se que humanizar muito o tratamento da pessoa que sofre a dependência química e tratar com mais severidade a pessoa que tráfica. Reconhecer as diferenças entre o usuário, a pessoa em uso indevido, o dependente e o traficante de drogas, desenvolver trabalhos e projetos de educação e prevenção a uso indevido de drogas licitas e ilicitas. Fundamentar no caso desses jovens, dessa escola especifica onde o problema é recorrente o principio da responsabilidade copatilhada entre educadores, educandos, familiares e comunidade. E não venham me dizer que não há participação na periferia, que os pais não estão nem ai, que tudo está a “Deus dará”, porque sabemos que a verdade não é bem assim. Tenho certeza que muitas pessoas irão criticar esse meu ponto de vista, inclusive o de tratar um DQ como uma vitima e não como um marginal, mas é fato que é isso que ele é, uma vitima da droga, do vício e também da falta DE POLITICAS PÚBLICAS EFICAZES DE EDUCAÇÃO, CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E ESTÍMULO A GERAÇÃO DE RENDA, MAS A SOCIEDADE (NUM TODO, ESCOLA, EU,VOCÊ, AUTARQUIAS,ESCOLA,ETC) TAMBÉM É FALHA NO QUE TANGE A PROVOCAR O SENSO DE CIDADANIA, DE ESTIMULAR A CRIAÇÃO E LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS, DE INCENTIVAR A COMUNIDADE A DELIBERAR E A QUESTIONAR SOBRE OS SEUS DIREITOS E DEVERES . Essa escola e tantas outras tem sempre alguma coisa a fazer para transformar esse cenário, e as autoridades a obrigação de garantir que a seguridade seja mantida não só para escola, mas para toda a comunidade que vive uma realidade mais cruel do que os bairros de classe média alta, com o indice de criminalidade mais alta, entre outras coisas. Para que o texto não seja apenas critico, sugiro a essa escola montar um Conselho Comunitário, onde todos possam se envolver com o assunto e trocar ideias sobre o que vem ocorrendo, inclusive questionar os alunos sobre o que pensam sobre os assaltos? Se sabem que quem está sendo roubado são eles mesmos? E o que acham que pode ser feito para transformar esse cenário? Isso por baixo, se examinarmos com calma por ai, teremos bons exemplos de que há sempre uma saída quando se tem boa vontade. Com certeza só criticar essas autoridades, e meter o pau na juventude “transviada” não é nem um pouco construtivo. Concorda?

Fernanda Nucci é educadora e seguidora do blog.